O mineiro Pau é uma manifestação popular, um folguedo, que vem desaparecendo do Estado do Rio de Janeiro.  É uma das mais populares danças de pares soltos conhecidas no Brasil, mas ao longo destes últimos anos, temos acompanhado o desaparecimento desta manifestação, por isso, ser tão importante fomentar esse folguedo que resgata uma antiga tradição regional que perpetua por cerca de 80 anos. 

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A cultura brasileira é recheada de vários pertencimentos e neste folguedo temos a influência da cultura europeia, indígena e africana, resultando numa fusão cultural.  A expressão “maneiro pau” está relacionada a palavra manejo do pau, por conta, do emprego das mãos para a execução das batidas. É considerada uma dança folclórica que consiste em um grupo de pessoas, homens, mulheres, adultos e crianças, devidamente organizadas, cada um levando um ou dois bastões de madeira, que executa passos de dança com o auxílio de um bastão, fazendo uma série de coreografias sempre com o porrete nas mãos, batendo uns nos outros de diversas maneiras, enquanto cantam em coro músicas que retratam o cotidiano das comunidades rurais.

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Os bastões utilizados são de diferentes espécies de madeira, pois depende da região de cada grupo, medindo aproximadamente um metro e meio, para garantir um manejo firme e seguro. A dança desenvolvida em pares, círculos e fileiras que se defrontam, usa os bastões no chão, marcando o tempo musical, sempre em compasso quaternário.  Há uma diversidade de formas de bater, como “batida de três”, “Batida de quatro”, “Batida cruzada”, “Batida no alto”, “Batida embaixo”, entre outros.  

 

Os grupos são acompanhados de músicos que carregam instrumentos como caixa, viola, violão ou violino, triângulo, pandeiro, tamborim e sanfona de oito baixos. Usam roupas coloridas e chapéu de palha e diferentemente dos outros folguedos o mineiro pau não tem ligação religiosa, pois não há santo de devoção. O solista é o mestre do grupo, responsável pela animação e por entoar os versos acompanhado pelos instrumentos. Com um apito comanda as evoluções, batidas, ritmo e a cantoria. Alguns grupos de mineiro pau têm como integrante o Boi Pintadinho (RJ) ou o Boi-lé (MG), com seus principais personagens: a Mulinha, o Jaguará, o Boi e os Cabeções.

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Alguns pesquisadores acreditam que a origem do Maneiro Pau esteja associada a influência árabe e outros a africana, por conta da existência na Espanha, de uma dança semelhante, chamada “Espatadanzaris” que teve a influência de ambos. É uma dança guerreira, pois simula combate, desempenhando os bastões ora como ataque e ora como defesa.   São muitas as histórias que contam como essa manifestação chegou ao Brasil, uns dizem que este folguedo surgiu na época do cangaço, na região do Cariri, por conta dos moradores que integravam a tropa do senhor de engenho, conhecidos como os “cabras” dos engenhos ou guardas costas, por manusearem cacetes e facões tão habilmente. Outros dizem que depois seguiu para outros estados, tendo em minas gerais, uma adaptação da palavra maneiro pau para mineiro pau e uma associação com o ato do corte da cana verde, devido aos movimentos que são feitos para cortar a cana.

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As apresentações podem ocorrer em datas variadas, podendo tanto ser durante o carnaval, em festas que comemoram a abolição da escravidão, festas dos padroeiros, entre outros.  Tem sido muito difundida no Rio de Janeiro, principalmente, norte e noroeste do Estado do Rio de Janeiro; Amazonas; Minas Gerais, Ceará e Espírito Santo.   Existem muitos relatos de pesquisadores sobre o maneiro pau ou mineiro pau em estudos sobre folclore, danças populares e manifestações populares, mas são escassas as referências bibliográficas referentes a essa importante manifestação popular brasileira.