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Instituto Rosa e Sertão
Chapada Gaúcha - Minas Gerais

O Instituto Rosa e Sertão nasce em 2007, no sertão norte mineiro, a partir de um movimento de base comunitária de professoras da Rede Pública de Ensino, moradores de comunidades tradicionais, agentes culturais e duas pesquisadoras. Sua primeira ação foi inspirada no Manuelzinho-da-Crôa, um pássaro bonito e gentil descrito no romance de João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, destacado por sua leveza, destreza e beleza. É também o nome dado ao primeiro projeto do Rosa e Sertão, em 2007, que desenvolveu oficinas de canto coral, dança, capoeira, educação ambiental e artesanato do Cerrado para cerca de 60 crianças do município de Chapada Gaúcha. Desta forma, o percurso do Instituto vem marcado pela natureza do Sertão em diálogo com a cultura sertaneja. É com ele que fortalecemos o Encontro dos Povos do Grande Sertão: Veredas, encontro cultural que reúne por três dias mais de 1.000 pessoas da zona rural com sua devoção, dança, música e artesanato. É o único encontro cultural de base comunitária, chegando à sua 18ª edição consecutiva em 2020.

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Sua sede é localizada na região do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, território formado por um conjunto de áreas protegidas localizadas na margem esquerda do Rio São Francisco, entre as regiões norte e noroeste de Minas Gerais e parte do sudoeste da Bahia. A área total de abrangência do MSVP é de aproximadamente 1.500.000 hectares, que envolvem unidades de conservação ambiental, comunidades quilombolas e tradicionais, e a Terra Indígena XaKriabá. Em Minas Gerais, o Mosaico SVP engloba áreas dos municípios de Formoso, Arinos, Chapada Gaúcha, Urucuia, Cônego Marinho, Januária, Itacarambi, Bonito de Minas, São João das Missões e Manga. Atravessado pelo Rio Carinhanha, o território se estende até parte do município de Cocos, na Bahia. A diversidade ambiental da região, que abriga espécies endêmicas da fauna e ora do Cerrado, convive com a riqueza cultural dos povos e comunidades tradicionais dentre eles sertanejos, veredeiros, catingueiro, ribeirinhos e vazanteiros.

Como uma grande colcha de retalhos, percebemos nossos projetos, parcerias e ações realizadas como uma forma de ancoragem da vivência cotidiana da nossa base executiva. Esta, por sua vez, sempre em diálogo com as comunidades e com aquele que chega. Nosso propósito é aliar a cultura e a sustentabilidade, percebendo a cidade e o rural, a cultura e a natureza como indissociáveis. Para isso, escolhemos a comunicação como meio voltado à educação.

Desta abordagem, nasce o projeto Sertão Dá Flor (ISPN/PNUD) e o Arara Vermelha (SEMAD/MG), em 2008. Estes dois projetos visaram estabelecer, para além das áreas protegidas e dos corredores ecológicos, ações de desenvolvimento e conservação que levassem em consideração as pessoas que moram em seus territórios. Foi neste momento que surgiu nossa primeira ação de gênero e introdução ao conceito de turismo de base comunitária, ou seja, um turismo com princípios de relacionamento e de gestão propostos pelos próprios comunitários e não mais somente pelas agências. Esta proposta se fortalece em 2011, momento em que é pleiteada a execução do Plano de Desenvolvimento de Base Conservacionista, e o Rosa e Sertão assume o eixo Turismo Ecocultural (FSA CAIXA). Neste momento, já estávamos no terceiro ano do Ponto de Cultura, projeto financiado pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, divisor de águas da instituição. Foi com a experiência de ação cultural que iniciamos uma metodologia participativa e alinhada com o Cultura Viva. Incluímos no projeto de Turismo a noção de “ruas da cultura” – espaços e programações culturais na cidade -, e “educação ecocultural” – plataforma que une a educação patrimonial e a educação ambiental no currículo. Por fim, algo que se tornaria um relatório ilustrado, transformamos em revista. Sim, nossa primeira publicação do território é a Manzuá, uma revista semestral que conta com a parceria da Lira Cultura no editorial. A Manzuá nasce do desejo de plantar beleza nos olhos de quem lê, trazendo o Gerais, as pessoas desta região com fonte primária da escrita e da leitura.

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Nesses 13 anos de histórias, aprendemos três pontos importantes para nossa ação comunitária: o primeiro é a pensar a continuidade, ter visão de longo prazo ao longo das nossas realizações. Uma boa pergunta é: onde quero chegar? O segundo ponto é perceber que projetos têm começo, meio e fim. Sabedoras disso, internalizamos que por mais que a iniciativa seja fantástica e linda, ela precisa ser findada - ou criada uma fase de consolidação, mas com fim. Estes dois pontos se ligam ao terceiro: avaliação com comemoração. Todo ciclo que se fecha é sinal de que outro se abre. Por isso, avaliar nos permite entender o que foi feito e como as estratégias ali lançadas podem ser continuadas. Nos faz comemorar. Saber que o que realizamos, registrar, ver as fotografias, mesmo na confusão do dia, nos mostra que houve resultado. Nos permitir ver o sorriso da criança, o tocar da primeira nota no violão, ou mesmo, a leitura da primeira letra numa oficina comunitária, como parte do resultado.

Hoje o Rosa e Sertão conta com árvores que formam um bosque em sua sede própria, uma biblioteca comunitária, violões e flautas doces, tudo muito simples com aconchego. Somos vizinhos à Funatura, nossa parceira cujo apoio vem sendo ofertado desde o início de nossa travessia, e da Cooperativa Sertão Veredas, organização responsável pela circulação de riquezas e de histórias no Gerais. Somos parte da Rede Cerrado e do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, redes que nos liga com o Cerrado brasileiro. Compomos a Comissão Estadual de Pontos de Cultura e a Nacional, sendo fruto delas a construção da Rede de Pontos de Cultura Rural. Somos parte do coletivo Ecos do Caminho e juntos compomos a Mostra Sagarana de Cinema, o CineBaru. Este

movimento por sua vez, nasce do O Caminho do Sertão, projeto de travessia

Ecosocioliterária que visa a partir dos conceitos de gratuidade, comensalidade e hospitalidade impulsionar o desenvolvimento territorial por meio da literatura rosiana. Rede de Turismo Comunitário de Minas Gerais nos liga à Nacional. Estamos conectados às diferentes organizações e movimentos sociais desta grande rede que pensa o bem viver.

Todo este percurso nos permite sentir, parafraseando nosso amigo Mia Couto, o quão abençonhadas somos, pois não estamos sozinhos. Desejemos que estes rastros de luz possam germinar sementes de amor e criar movimento, nos lembrando sempre da palavra ubuntu e seu significado: eu sou porque nós somos.

Pontos de Cultura e Memória Rurais: uma alternativa para os povos do campo, das florestas e das águas.

Our Mission
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Instituto Rosa e Sertão

Avenida: Grande Sertão nº 83 A Bairro: Jardim da Paz

Chapada Gaúcha - Minas Gerais

rosaesertao@gmail.com

https://www.facebook.com/rosaesertao/

http://rosaesertao.blogspot.com/

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