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Pontão de Cultura Rural
(Ecomuseu Rural)

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O Ecomuseu Rural, um dos primeiros pontos de cultura autodeclarado como Ponto de Cultura Rural, contribuiu com a realização de diferentes ações para fortalecer o debate acerca das especificidades dos territórios rurais, inserindo essa temática em diferentes momentos.  Em 2012, introduziu a temática dos territórios rurais na Micro Teia dos Pontos de Cultura da Região Serrana - ação do Fórum Estadual dos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro - que reuniu Pontos de Cultura e organizações culturais da região serrana para debater sobre a criação de um protocolo da cultura que pudesse ser acionado durante situações de catástrofes naturais, pois essa região havia acabado de vivenciar um dos maiores desastres naturais do país e, entre as áreas afetadas, estavam diversas localidades rurais. 

No ano de 2013 participou da organização do Encontro Estadual dos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro, intitulado de Teia Rural, que teve como tema central o direito a cultura para territórios rurais. Tendo sido a única Teia Estadual Brasileira que trouxe ao debate a temática dos territórios rurais.

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Em 2014, com o acúmulo da Teia Rural, o Ecomuseu Rural, durante a Teia de Natal, apresentou em plenária, por ocasião do Fórum Nacional de Pontos de Cultura, a criação do grupo de trabalho Pontos de Cultura Rurais, para compor a Comissão Nacional de Pontos de Cultura, instância legítima e deliberativa, composta por representantes das redes e fóruns estaduais e por redes temáticas, no Programa Cultura Viva.  

O grupo de trabalho foi composto por organizações culturais de diferentes estados do país, a saber: Inst. de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da Bahia; Resgatando a Cultura da Tradição Popular de Alagoas; Comitê de Ação e Cidadania de Goiás; Acre Cultural do Acre; Sustentabilidade de Minas; Todos Unidos Mudaremos o Mundo de São Paulo; Seiva Cultura na Boca do Mato do Rio de Janeiro; Gera Ação Cultural de Minas; Elevação do Rio; Memórias do Povo do Campo de Minas; Artesanato e Cultura de Minas; Filmes e Rituais do Povo Wumkui do Acre; Cultura na Floresta do Acre; Meninos do São João da Bahia; Fazendo Arte do Maranhão e o Sobrado Cultural Rural do Rio de Janeiro.

Nessa oportunidade, o grupo de trabalho criou a Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais, considerado um marco, ao permitir que as organizações culturais atuantes em comunidades rurais pudessem conhecer outras experiências e compartilhar o desenvolvimento de ações em comunidades rurais.  Desde então, a Rede tem cumprido um importante papel como representante da sociedade civil, no fortalecimento de políticas públicas de cultura para os territórios rurais que reconheçam a cultura em sua dimensão simbólica, cidadã e econômica, bem como, valorizem os povos da floresta, das águas e do campo.

Neste processo, vale destacar, a pesquisa realizada pelo Ecomuseu Rural em parceria com a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural para identificar organizações culturais de territórios rurais que haviam sido contempladas no Programa Cultura Viva.  A pesquisa identificou 200 organizações culturais reconhecidas como Pontos de Cultura, Ponto de Leitura, Pontinho de Cultura e biblioteca comunitária.

Mas este número não expressou a realidade das organizações rurais de cultura, contempladas pelo Programa, pois em função da ausência de indicadores, ou seja, de filtros que permitissem identificar a localização destes territórios, acabou por limitar a identificação ao título dos projetos, endereços, nome da organização que, de alguma forma, traziam palavras que pudessem ser associadas ao campo, rural, agricultura, entre outros

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Mesmo assim, essa ação foi um marco, pois sinalizou a invisibilidade dos equipamentos culturais presentes nos territórios rurais dentro das políticas culturais, que também pode ser verificada em diversas outras pesquisas que, ao analisarem o percentual de equipamentos culturais nos estados e municípios brasileiros, revelam que a distribuição dos equipamentos pelo país segue a lógica de ocupação desigual do território e expressa as suas desigualdades socioeconômicas.

 

Bem como, a análise da distribuição dos recursos do fomento a cultura que, normalmente, estão concentrados nas grandes metrópoles, alijando moradores de periferia, de bairros populares, do interior e do campo, ao acesso a bens culturais. Essa situação se agrava nas áreas rurais do país, onde a lógica predominante reproduz a concentração dos recursos nos centros urbanos e restringe para essas localidades apenas coretos, quadras de esportes e campos de futebol, quando o fazem.

Em 2015 o Ecomuseu Rural foi reconhecido como Pontão de Cultura Rural e durante o período de 2018 e 2019 realizou três encontros, tendo envolvido no último, organizações de países da América Latina. Os encontros refletiram sobre a importância de construirmos políticas de cultura para os territórios rurais, que contemplem os seguintes aspectos: o fortalecimento e fomento da educação do campo e dos espaços educativos não formais; a valorização dos povos tradicionais como guardiães da memória dos diferentes biomas; a incorporação do turismo de base comunitária para ampliar a geração de renda; o reconhecimento da cultura, da soberania alimentar e da agroecologia como fundamentais para a preservação dos modos de vida ancestrais do povo do campo; a preservação da cultura popular, da memória e da tradição oral; o incentivo de práticas de economia solidária e sustentabilidade. Reafirmando, assim, a necessidade de políticas que promovam experiências culturais comunitárias e que sejam desenvolvidas em um contexto rural para que o campo tenha garantido seus direitos culturais.

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