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I Encontro da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais

 

O I Encontro da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais contou com uma programação que envolveu muitas atividades culturais e de articulação dos elos dessa rede, aconteceram rodas de conversa que propiciaram uma imersão pela cultura na sua dimensão simbólica, cidadã e econômica. A roda de conversa sobre o Programa Cultura Viva, criado pelo Ministério da Cultura, na gestão do Gilberto Gil, foi tema de destaque.  O programa passou a ser política de estado em 2014 quando instituiu a Política Nacional de Cultura Viva sancionada na Lei 13.018. Ao longo deste últimos anos reconheceu diversas organizações que desenvolviam ações culturais em seus territórios, inaugurando a mais importante política cultural de base comunitária no país, que influenciou quase toda a América Latina.

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A roda de conversa sobre territórios rurais e seus diálogos com a juventude rural foi mediada pela professora Maria José Carneiro e pela doutoranda Luiza Dulci, ambas do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, além da troca de experiência com o Grupo de Trabalho “Cultura e Comunicação” vinculado à Associação Brasileira de Agroecologia, que problematizaram o lugar do rural a partir das relações que se estabelece com a terra e com as políticas públicas para o campo.  A roda sobre políticas públicas de cultura contou com a participação do Professor Luiz Augusto Rodrigues, da Pós-Graduação em Cultura e Territorialidade, e de João Pontes, assessor na Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, que reafirmaram a importância da elaboração de pesquisas e políticas de cultura para os territórios rurais.

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Muitos pontos de cultura rurais fazem o diálogo entre cultura e turismo, por isso, a roda que abordou as práticas de turismo de base comunitária trouxe diferentes experiências, tendo a participação da Rede Tucum (CE) e das iniciativas articuladas pelas comunidades do Jalapão (TO) como fontes inspiradoras para a geração de renda de forma autônoma, respeitando a dinâmica dos povos que vivem nos territórios rurais.

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Além das rodas de conversa, dinâmicas e partilhas, a programação do Encontro contou com o lançamento na Ecoarte do livro “Cultura Viva Comunitária: Políticas Culturais no Brasil e na América Latina” que analisa a história das políticas culturais desenvolvidas no Brasil no século XX e nas primeiras décadas do século XXI, reconstituindo a linha do tempo da Cultura Viva Comunitária, e de como os Pontos de Cultura e o Programa Cultura Viva inspiraram e contribuíram no desenvolvimento de políticas públicas na América Latina.

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Histórias de vida atravessadas pela construção de políticas públicas culturais nos territórios rurais foi o tom deste primeiro encontro. A Agroecologia e a Educação Popular também foram alicerces dos diálogos e apontaram possibilidades de parceria entre as Redes dos Pontos de Cultura e Memória Rurais e outras iniciativas presentes nos territórios. Valorizar nossa ancestralidade, nossa memória e nossa história, é exercício cotidiano dessa Rede que segue, assim como a primavera e as flores do Cerrado, voltando a florescer.

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(extraído do artigo por Marjorie Botelho e Natalia Almeida)

“A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la”.

Eduardo Galeano

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