II Encontro da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais
O II Encontro Nacional da Rede de Pontos de Cultura e Memória Rurais deu prosseguimento a construção do estado da arte da realidade das organizações de cultura que atuam em áreas rurais para subsidiar governos na elaboração de políticas públicas de cultura para o campo, pois somente conhecendo mais profundamente a realidade das organizações que estão no cotidiano das comunidades rurais será possível propor políticas públicas adequadas à realidade dos territórios rurais. Também foi um espaço para: refletir sobre políticas culturais para territórios rurais, levando em consideração a conjuntura e os desafios para o campo nos próximos anos; aprofundar as necessidades e demandas presentes nos territórios rurais para a garantia do direito à cultura, em sua dimensão simbólica, cidadã e econômica; aprofundar o tema do turismo de base de comunitária, uma das estratégias encontradas por muitas organizações que integram a rede nacional, para gerar renda e preservar os modos de vida presente no campo; criar um circuito de turismo de base comunitária envolvendo a Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais, utilizando o site, para divulgar e promover a geração de renda das organizações da rede; elaborar a chamada pública para a seleção de organizações latino americanas para a I Teia Latino Americana de Pontos de Cultura e Memória Rurais.
Em todos os encontros sempre resgatamos o histórico da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais e realizamos dinâmica de integração voltadas para propiciar um ambiente de reconhecimento entre os e as participantes. São as místicas do processo, tão importantes para a criação de fios de entrelaçamento entre nós.
Aconteceram também rodas de conversa e oficinas que abordaram temáticas como: Consequências e Impactos do Programa Cultura Viva e as especificidades dos territórios rurais com Leandro Antum do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo - Porto Alegre/RS e representante da Comissão Nacional de Pontos de Cultura; Conjuntura e Desafios para o Campo com a participação do Humberto Santos e Bruna Távora Martins do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e Claudemar Mattos – ASPTA.
Neste encontro demos destaque para as ações de turismo de base comunitária, turismo rural, turismo pedagógico e de experiência, que são promovidas pelos pontos de cultura rurais em diferentes regiões do país, aprofundando desta forma o diálogo entre cultura, museologia e turismo. Muitas organizações culturais desenvolvem ações de preservação da cultura local, de valorização dos e das mestras da cultura popular, de resgate da história local, de preservação das ervas medicinais e dos matos de comer e encontraram no turismo uma alternativa de fazer ecoar a história de sua comunidade e de gerar renda para a manutenção das atividades. Esse encontro permitiu conhecer mais profundamente algumas experiências que compõem a rede como a Rede Tucum, Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo, Instituto Cultural e Ambiental Rosa e Sertão, Ecomuseu Rural e o Instituto Olho Vivo que vem encontrando diferentes formas de receber visitantes para possibilitar uma vivência em seus territórios.
Para dar seguimento ao aprofundamento das estratégias e desafios implementado por organizações culturais que fazem o diálogo com o segmento do turismo convidamos o Projeto Bagagem para compartilhar outras experiências desenvolvidos por redes brasileiras e organizações internacionais de turismo sustentável, apresentando alguns projetos de sucesso, meios de divulgação e a participação de operadoras e agências, apontando como ele segue os critérios do turismo de base comunitária. Nesta oportunidade tivemos a participação da Polyana de Oliveira, diretora da agência de viagens Viare Travel, uma agência de receptivo de estrangeiros no Brasil, com foco em experiências únicas para os viajantes, com elementos culturais, educacionais e sustentáveis e integrante do Projeto Bagagem, que mediou uma oficina envolvendo temas como marca, personas, roteiros e estratégias de marketing. Assim a rede se nutriu de experiências para construir novas possibilidades de se manter viva nos territórios rurais.
Pontos de Cultura e Memória Rurais: uma alternativa para os povos do campo, das florestas e das águas.