A roda de conversa sobre "Como é ser um Ponto de Cultura Rural” teve como objetivo preservar os saberes e fazeres, os modos de vida, e a cultura presente nos territórios rurais, através da realização de oito atividades virtuais, exibidas no formato de live streaming. A execução do projeto ocorreu nos canais do facebook e youtube do Sobrado Cultural Rural.
Foram realizadas oito rodas de conversa, envolvendo 32 convidados, ex-alunos, diretores de escolas municipais e colégios estaduais, professores, organizações culturais, gestores, representantes de departamento de extensão, entre outros.
No primeiro dia realizamos um Roteiro Virtual no Ponto de Cultura Rural: conhecendo a história e os espaços deste equipamento educativo de cultura com a presença da Marjorie Botelho e do Claudio Paolino que compartilharam a história da construção do ponto de cultura rural da comunidade de Santo Antônio em Bom Jardim, no interior do Rio de Janeiro.
No segundo dia a roda abordou sobre a Comunidade e Territórios afetivos: parcerias com as Escolas Municipais na construção de diálogos entre cultura e educação. Essa roda de conversa contou com a participação de Elisa Vargens (ex diretora E.M.Vieira Batista), Guilherme Silveira (ex-diretor Ceffa Flores) e Rosimeri Cenira (diretora E.M.Washington Emerich que compartilharam sobre a importância dos projetos de educação patrimonial através das artes visuais e de cultura popular que o ponto de cultura rural realizou ao longo destes dez anos. Reafirmando a importância do diálogo com as escolas presente nos territórios rurais para ampliar o universo cultural das crianças e adolescentes.
No terceiro dia a roda de conversa abordou a temática Fortalecendo a Juventude Rural através de parcerias com Colégios Estaduais e Universidades Públicas. Essa roda de conversa contou com a participação do R obson Amâncio (UFRRJ), Beatriz Cordeiro (estudante de turismo da UFOP), Eduardo Ramos (direção C.E.Jaccourd), Délia Erthal (diretora CELOS) e Almir Gomes (prof. da SEEDUC-RJ e Cineclube Lumiar) que compartilharam as ações realizadas pelo ponto de cultura com os colégios estaduais, centros técnicos e universidade para reafirmar o papel da juventude nos territórios rurais e fortalecer a importância de espaços de vivência no campo.
No quarto dia a roda de conversa abordou sobre Memória e Patrimônio Cultural: valorizando a cultura presente nos territórios rurais através da educação patrimonial e do turismo pedagógico. Essa roda de conversa contou com a participação Thaís Xavier (estudante da UFFRJ) Lia Caldas (Casa dos Saberes), Patrick Nogueira (Associação Cultural Viva) e Mariana Várzea (Inspirações Ilimitadas). Infelizmente o Jorge Castro (Folia Bandeira do Divino Espírito Santo) não pode estar conosco por conta do sinal de internet.
No quinto dia a roda de conversa abordou sobre Valorização das Mulheres Rurais como guardiãs dos Conhecimentos Tradicionais presentes no campo. Essa roda contou com a participação de Diana, Daiana, Damiana Campos (Rosa e Sertão -MG), Luiza Borba (Coletivo Grãos de Luz - RJ); Giselle Miotto (CEPAGRO - SC) e Edir Reis (Instituto Capiá - SP) que compartilharam suas experiências com ações voltadas para as mulheres rurais de seus territórios.
No sexto dia a roda de conversa abordou Conhecendo outros Pontos de Cultura Rurais presentes no país: semelhanças e desafios na garantia do direito a cultura. Essa roda de conversa contou com a participação da Maria da Penha Teixeira (Olho do Tempo - PB), Giordani Ottone (Tapera Real - MG), Valneide Sousa (Rede Tucum - CE), Angelim do Icó (APROARTI -CE) e Patrícia, Ewerton Santos e Antonio Barros (PCI Pankararu - PE) que compartilharam como é ser um ponto de cultura em seus territórios, possibilitando conhecer a capilaridade existente de organizações culturais que estão espalhadas pelo Brasil atuando em comunidades rurais.
No sétimo dia a roda de conversa abordou sobre políticas públicas de cultura: a experiência da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais. Contou com a participação de Juca Ferreira (ex-Ministro da Cultura), Dorivan Silva (Meninos do São João - Tocantins), Afronegrão (Museu da Carnaúba - Fortaleza) e Baogan Bàbá Kínní (Comunidade Kilombola Morada da Paz) que compartilharam o papel da rede nacional na defesa de políticas de cultura para territórios rurais. Infelizmente Catarina Ribeiro (Bruxa tá Solta - Roraima) não pode estar conosco, pois ficou sem sinal em sua comunidade rural.
E por fim, a nona roda de conversa abordou sobre Cultura e Territórios Rurais na América Latina: construindo uma articulação para além das fronteiras. Essa roda contou com a participação do Leandro Anton - (Quilombo do Sopapo -Brasil), Maria Emilia de la Iglesia (Cooperativa La Comunitária - Argentina), Kleber Moreyra (América - Brasil), Marco Rocha (Fábrica de Imagem - Brasil) e Manuela Arroyo (Centro Cultural e Artístico El Cahuín) que compartilharam o cenário da cultura de base comunitária na América Latina.
Tivemos 193 inscrições, sendo 132 mulheres e 61 homens, dos quais 65,4% moram em território urbano e 34,6% em territórios rurais; 51,6% trabalha em organização cultural e 48,4% não. Tiveram presentes pessoas ligadas a museologia, artesanato, produção cultural, ecologistas, ativistas ambientais, educadores populares e ambientas, funcionários públicos federais, estaduais e municipais, professores de diferentes áreas, educadores sociais, profissional do lar, psicólogas, extensionistas, antropólogos, agricultores, turismólogos, assistente sociais, guia de turismo, estudantes, técnico de hospedagem, arte terapeuta, gestor em turismo, gestor de cultura, agência de turismo, engenheiro florestal, entre outros.
Foi muito revelador a diversidade de interesses das pessoas sobre como é ser um ponto de cultura rural. Muitas queriam conhecer mais sobre como é ser um ponto de cultura rural; saber das experiências vividas pelo ponto de cultura; sobre gestão e desdobramento das atividades; como implementar um ponto de cultura rural em sua comunidade; como criar roteiros turísticos rurais; queriam compreender as questão do campo, modo de agir, viver e trabalhar e como funcionam as organizações fundamentais para a comunidade; alguns tinham interesse acadêmico no assunto; queriam aprender mais sobre cultura rural; para atuar com turismo e agricultura familiar. Outros queriam participar porque atuam com Turismo de Base Comunitária/ Ecoturismo/ Turismo Rural/ Turismo Criativo; porque possuem agência de Turismo e queriam contribui para o desenvolvimento do Turismo rural; para criar roteiros envolvendo pontos de cultura. Também tinham pessoas com interesse na discussão sobre as dinâmicas de gestão, promoção e manutenção de espaços culturais e de memória fora do eixo urbano, suas atividades interdisciplinares e consequente debate do acesso aos direitos culturais para além dos circuitos comuns de arte e museu nos grandes centros das cidades.
Essa atividade confirmou a importância de compartilharmos mais sobre as experiências vivenciadas pelos pontos de cultura rurais. Se quiser assistir as rodas de conversa acesse https://www.youtube.com/user/ImagemCidadania/videos ou https://www.facebook.com/sobradoculturalrural
Ai, quanta lindeza!!😍🌱