Marjorie Botelho e Claudio Paolino - Barra Alegre - Bom Jardim
CULTURA RURAL COMO RESISTÊNCIA NO CAMPO
Marjorie Botelho nasceu em 31 de Janeiro de 1972. É formada em Psicologia e mestra em Educação. Claudio Marcio Paolino nasceu em 2 de julho de 1968, é fotógrafo e professor de Artes. Eles se conheceram na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, quando ambos cursavam suas graduações: ela, Psicologia, e ele, Artes. Em 2008, buscaram uma qualidade de vida melhor ao lado dos filhos, Miguel Emílio Paolino e Catarina Botelho Paolino. (LER TUDO)
Marjorie Botelho nasceu em 31 de Janeiro de 1972. É formada em Psicologia e mestra em Educação. Claudio Marcio Paolino nasceu em 2 de julho de 1968, é fotógrafo e professor de Artes. Eles se conheceram na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, quando ambos cursavam suas graduações: ela, Psicologia, e ele, Artes. Em 2008, buscaram uma qualidade de vida melhor ao lado dos filhos, Miguel Emílio Paolino e Catarina Botelho Paolino. Também observando a ausência de equipamentos educativos de cultura nas áreas rurais do interior do estado do Rio de Janeiro, eles iniciaram o planejamento para a construção de um espaço cultural no município de Bom Jardim, na comunidade rural de Santo Antônio, no distrito de Barra Alegre. Desde então, desenvolvem ações de fomento à leitura e as artes em geral; de preservação do patrimônio cultural, material e imaterial, presente nestas localidades; de fomento às práticas agroecológicas, de saúde comunitária e de fortalecimento de políticas públicas de cultura para áreas rurais. Atendendo ao longo desses anos mais de 12 escolas, bem como a comunidade rural presente nas áreas rurais do distrito de Barra Alegre em Bom Jardim.
O Ecomuseu Rural possui a Biblioteca de Artes Visuais Conceição Amaral Knupp, o Galpão de Artes Mafort e a Biblioteca de Artes Visuais. Também tem uma cozinha comunitária, um alojamento para hospedar grupos parceiros, colaboradores, residentes artísticos, amigos do ponto de cultura rural, entre outros; além de galinheiro e horta comunitária.
Estão numa área, em meio à Mata Atlântica, próximos à área de proteção de Macacu e de Macaé de Cima, numa região considerada de interesse geológico por conta da antiguidade de suas pedras, que remontam o período do deslocamento das placas tectônicas. Uma de suas pedras - conhecida como Pedra Aguda - tem sua outra metade na África.
A Biblioteca de Artes Visuais Conceição Knupp Amaral foi uma homenagem às mulheres do campo. Seus livros fazem parte do prêmio Ludicidade do Ministério da Cultura, recebido pela entidade por conta do reconhecimento do trabalho de valorização da memória local com fotografia artesanal. Tem também um acervo constituído por livros, dvd’s, cd’s de artes visuais indicados pela FUNARTE e uma exposição permanente de máquinas fotográficas antigas. As ações da biblioteca visam fomentar a leitura visual e as artes visuais, através de oficinas que envolvem diferentes linguagens artísticas, tais como fotografia, cinema, escultura, pintura, entre outros. Também garante o acesso ao livro e estimula a leitura através de atividades como contação de história, apresentação teatral, dança e música, além de oficinas e diversas linguagens artísticas que estimulam a criatividade e fomenta a produção artística.
O Galpão de Artes foi todo construído de madeira, pelo agricultor Zaga Mafort, e tem na sua arquitetura a lembrança das construções realizadas pelos antigos moradores. Esse espaço, batizado como Galpão de Artes Mafort, homenageia a família de mais esse Mestre, que cumpriu um importante papel para o desenvolvimento dessa região na época do plantio do café e, também, na preservação das folias.
Esse espaço tem sido ocupado por diferentes atividades, como apresentações de teatro, de circo, rodas de conversa, ensaios do grupo folclórico, do mineiro pau, encontro de folias, entre outros. Ele mede aproximadamente 60 m² e tem capacidade para 60 pessoas sentadas em cadeiras e quase o dobro de pessoas sentadas no chão e/ou em pé.
O Ecomuseu Rural, reconhecido pela Superintendência de Museus da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e pelo Instituto Brasileiro de Museus, realiza ações voltadas para a preservação da memória e do patrimônio cultural rural através da realização de oficinas de educação patrimonial, educação ambiental, educação alimentar, produção de livros, de documentários, de percursos e de inventários que valorizam os modos de vida de quem mora no campo, além da agricultura familiar.
Ambos são responsáveis pelo conjunto de ações realizadas pelo Instituto de Imagem e Cidadania, ao longo destes últimos quatorze anos, estando à frente de inúmeros projetos voltados para a valorização da cultura presente nos territórios rurais, através de oficinas de educação patrimonial, das artes visuais, da produção de livros sobre os saberes e fazeres do campo, além de documentários abordando a diversidade cultural presente nas cantorias, na produção de broa no forno à lenha, do fubá na moenda, do moinho, entre outros. Ao longo dos anos, produziram documentários, dentre eles: Folia da Bandeira do Divino Espírito Santo, Rezas e Ervas, Toninho Mestre de Sabedoria Popular, Dona Jacira, Terra Roma, entre outros. E livros como: Agricultores do Estado do Rio de Janeiro, Patrimônio Cultural de Barra Alegre, Receitas de Inhame, entre outros. A produção deste livro integra as ações de valorização da cultura rural e da agricultura familiar e agroecológica, partilhando histórias de famílias que estão no campo contribuindo para garantir a produção de alimentos para a sociedade.